segunda-feira, 27 de abril de 2009

O que é um jornal?

É um papel cheio de palavras e fotografias.
É feito de muita gente, de gente como nós.
É uma grande notícia ou uma pequena notícia sobre povos distantes e o povo que mora do lado.
É felicidade e tragédia, riso e choro, é uma canção muitas vezes repetida.
É governo, do presidente ao Congresso, do governador à legislatura, do prefeito ao conselho municipal, e em todas essas ramificações, um olhar inquiridor sobre seus atos.
É a polícia, o bombeiro e outras ocupações perigosas.
É negócio, é indústria, é vitrine para os comerciantes apresentarem seus produtos. É anúncio à procura de um cachorrinho desaparecido.
É registro de tudo o que acontece ao povo; de quem fez algo, quando, onde e por quê.
É a descrição de um vestido de noiva; é recém-casado procurando apartamento.
É boas-vindas a um novo pastor, é culto à Igreja, é adeus a alguém que se retira depois de longos serviços prestados.
É o longo caminho, a volta ao lar, o escore de boxe, é a partida de futebol.
É a sugestão para uma receita, um plano para melhorar seu lar, um pequeno conselho a alguém aflito.
É a primeira neve que cai, o amanhecer da primavera, o dia mais quente do ano. É também o rio tortuoso como as beiras das folhas que caem no outono.
É a lida diária do jovem que vai e volta da escola; o que faz e aprende com os professores.
É parque, férias e lugar para passear e como lá chegar.
É a praia, o bom cantinho de pesca no verão, é o ficar sem fazer nada.
É a produção e o progresso, o novo e o velho produto.
É ajuda e serviço profissional, é a notícia do que se faz nos hospitais e nas clínicas.
É um boletim sobre a Igreja, o Templo, a Sinagoga.
É a notícia de uma organização de veteranos, serviços de clubes, é um chá à tardinha.
É a maior coletânea de palavras e fotografias já reunidas.
É a grande estória, a pequena estória, a ficção.
É o retrato, a fotografia crua, a página fotográfica de grandes acontecimentos. É a opinião do redator, a divergência do leitor, o pensamento do colunista. É o jogo de palavras cruzadas, a página cômica, o quebra-cabeças.
É um estilo nem sempre literário porque representa a linguagem do povo. Porque grande parte dele é o que o povo diz.
É um redator com seu chapéu engraçado de papel, um linotipista colocando habilmente os tipos lado a lado, um agente de publicidade convencendo o anunciante a contar a sua estória, um repórter batendo à sua máquina, é o jornalista tirando cópias e preparando os cabeçalhos, é um fotógrafo tentando um último instantâneo. É um pequeno jornaleiro assoviando pelas ruas às quietas horas da madrugada.
É um espelho da vida. Uma parte da vida tão importante quanto o relógio e o calendário.
É o papel cheio de palavras e fotografias. Como este.



Fred J. Curran, do Wisconsin State Journal

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